Helvio Lagares escreveu:
Bem, a discussão degenerou da pergunta inicial, sendo que ela não tinha sido completamente respondida, então, retomo ao assunto e preencho as lacunas:
O material ativo de uma bateria está presente em cristais finamente divididos. Em uma boa bateria, esses cristais permanecem finos, obtendo máxima área de superfície. Quando o fenômeno de memória ocorre, os cristais crescem e drasticamente reduzem a área de superfície. O resultado é uma queda da tensão, que conduz a uma perda da capacidade. A queda de tensão ocorre porque apenas uma porção dos materiais ativos dentro das células é descarregada e recarregada durante descargas rasas ou parciais. Os materiais ativos que não têm sido carregados/descarregados mudam nas características físicas e aumentam a resistência. Subseqüentes ciclos completos de carga/descarga irão restaurar parcialmente os materiais ativos para seus estados originais. Em estágios avançados, os cantos afiados dos cristais podem crescer através do separador, causando elevada autodescarga ou um curto elétrico.
Outra forma de memória que ocorre em algumas baterias de NiXX é a formação de um composto intermetálico de Níquel e Cádmio ou Hidreto Metálico, criando resistência extra na bateria. Recondicionamento por descarga profunda ajuda a romper esse composto e reverte parte da perda da capacidade. Vale lembrar que, para aplicações em RC, sobretudo para tracionar, requeremos baterias em ótimo estado, então essas técnicas funcionam mais satisfatoriamente em células cuja aplicação não necessite de altas descargas (packs de rádio e receiver, por exemplo).
As NiMh também sofrem de efeito memória, mas não tanto quanto a de NiCd. A placa positiva de Níquel, um metal que é compartilhado por ambas as químicas, é responsável pela formação cristalina. Além da atividade de formação de cristais na placa positiva, a bateria de NiCd também desenvolve cristais na placa negativa de Cádmio. Porque ambas as placas são afetadas pela formação cristalina, a NiCd requer ciclos de descarga mais freqüentes que a de NiMH. Isto é uma explicação do porquê a bateria de NiCd é mais propensa à memória que a de NiMH.
Ótima explicação Helvio, eu ainda tinha algumas duvidas sobre as benditas Ni-Cd...agora um fato que me deixa curioso, tenho duas baterias, uma Tamiya e uma Yokomo, ambas da mesma capacidade, a Yokomo está horrivel com muito efeito memoria, tenho que dar start várias vezes no carregador para ficar mais ou menos, isso se deu por que sem saber eu tinha a péssima mania de carregar as baterias pela metade
A bateria Tamiya dá muito mais runtime, e mesmo carregando pela metade ou carregando pouco, ela ainda está muito boa, nunca foi balanceada, nosso amigo Iakuza carregou ela pra mim (quando estávamos driftando no Paca) e eu vi que ela está pegando 1500 e poucos Mah, para uma bateria que tem seguramente uns 10 anos acho que até está "legalzinha"...
Por que será que duas baterias identicas, mesma capacidade, ambas Ni-Cd, uma está boa (apesar de beeeeem usada) a outra está muito ruim, será que é a marca ou material utilizado na confecção da bateria?