Bom. Vamos lá sobre o que penso sobre os protestos:
Acredito que o erro foi a Polícia de SP haver se excedido na repressão ao "movimento do passe livre", o que causou indignação em muita gente. Tal movimento, que luta pela redução dos R$ 0,20 nas tarifas de transporte, é legítimo e deve ser respeitado. Tanto o governador quanto o prefeito erraram ao trata-los por baderneiros.
Depois disso, o que tenho visto não são protestos, mas bagunça generalizada. Se vê de tudo nas reivindicações, de combate à corrupção (algo por demais genérico) à ofensas a movimentos negros e repúdio a partidos políticos. Faz-se passeata por tudo. O que vale é atualizar perfil de facebook com a "balada do momento". E que tipo de movimento é esse que não tem um líder. Como pleitear algo de maneira desordenada?
Ora, ser contra a corrupção é tudo muito bonito, válido, mas é vago demais. E movimentos que repudiam, inclusive com violência, organizações políticas, sejam elas PT, PSDB, PSTU, etc, e pregam ódio a tudo e a todos, que é bem o que se tem visto, é a oportunidade para surgimento de "salvadores da pátria". E a história, brasileira e mundial, já provou onde isso termina.
Muito se tem falado sobre a PEC 37. Alguém já se deu ao trabalho de ler o que diz a Constituição Federal? O MP tem a prerrogativa de presidir o inquérito civil. Inquérito criminal é presidido pela autoridade policial, sendo que o controle externo desta é exercido pelo Ministério Público. Para quem não sabe, todos os atos da polícia, num inquérito policial, são acompanhados pelo Judiciário e pelo Ministério Público.
A Constituição Federal não atribui ao Ministério Público a competência para presidir inquérito criminal. Logo, a PEC 37 não retira nenhuma competência do MP. Se a polícia é ruim, despreparada, corrupta, é outra história. Que se lute por melhor equipa-la. Digamos que alguem tenha seu veículo roubado e, se o MP tivesse competência para presidir inquérito policial, fosse à instituição comunicar o crime para abertura de inquérito. Certamente daria com os burros n´água. O que os promotores querem é investigação seletiva; escolher quem investigar. Afinal, é bacana aparecer na televisão como herói.
Ainda sobre as manifestações. Ontem a noite, estava ouvindo a rádio bandeirantes, e comunicavam o fechamento de diversas estradas em SP, inclusive em frente ao aeroporto de cumbica. Se não me engano, na Rod. Castello Branco era um grupo de 20 pessoas fechando uma RODOVIA. Isso não é manifestação; é baderna. E assim deve ser tratada, com força policial. Mas qual o governante que agiria assim, agora? Nenhum....
Quando moradores de favela fecham a marginal tietê, com pneus queimados, porque houve chacina no local ou alguma outra coisa, a imprensa logo os chama de arruaceiros que prejudicam o trânsito. Quando 20 "sem causa" (quem não sabe sequer contra o que protesta) fecham uma rodovia, são "manifestantes".
Sobre Brasília. Destruir o Itamaraty não é protesto, mas vandalismo. E antes, li que tentaram invadir o palácio do planalto. Alguém já imaginou uma invasão à Casa Branca, ao Palácio do Eliseu? Certamente seria morto pela força policial.
A moda agora é também atacar o bolsa família. É fácil criticar vivendo na Av. Paulista. Pessoalmente não conheço nenhum beneficiário, mas já foram para o interiorzão do Brasil? Já viajei bastante pelo interior do Nordeste. Há regiões em que o cidadão mora num local que ele tem uma casa e torce para que um dia chova. O dia em que chover, ele perde a casa porque é de barro. Tem lugares muito pobres Brasil adentro. Entendo que se tem de lutar contra os desperdícios, desvios, não contra necessitados.
No mais, é como o rasta_man disse. Criticar os outros é fácil. Mas trafegar no acostamento, "molhar" a mão do policial, obter comprovantes frios com o dentista para abater no imposto de renda é prática comum.
Pergunte aos manifestantes nessas passeatas se eles acompanham o trabalho dos vereadores nas cidades, brigam por melhorias no bairro, etc.
Dá pra escrever um livro....
_________________ Kyosho Mad Force VE
|